sábado, 31 de julho de 2021

Domingo na Usina: Biografias: Roberto Bolaño Ávalos:

 


Roberto Bolaño Ávalos (Santiago do Chile, 28 de abril de 1953 — Barcelona, 15 de julho de 2003) foi um escritor chileno, ganhador do Prémio Rómulo Gallegos por seu romance Os Detetives Selvagens, que ele descreveu como uma carta de despedida à sua geração[1]. Bolaño foi considerado por seus pares o mais importante autor latino-americano de sua geração[1].
O romance póstumo do autor, 2666, lançado originalmente em 2004, é considerado sua obra máxima, tendo sido altamente aclamado pela crítica especializada desde então[2].
Roberto Bolaño nasceu no Chile, na capital Santiago. Segundo sua própria descrição. ele era magro, ansioso, leitor voraz de livros e pouco promissor. Era uma criança disléxica a quem os colegas de escola maltratavam e o faziam sentir um estranho[1].
Em 1968 se muda com sua família para a Cidade do México, abandona os estudos aos 15 anos e para se dedicar à literatura. Vive de pequenos trabalhos para revistas literárias.[2].
Um acontecimento marcante na vida de Bolaño, mencionada de diferentes maneiras ao longo da sua obra, ocorreu em 1973, quando ele voltou ao Chile para "ajudar a construir a revolução" apoiando o regime socialista de Salvador Allende. Após o golpe de Augusto Pinochet, Bolaño, como tantos outros jovens, foi preso e passou oito dias na cadeia[3]. Ele foi solto por ex-colegas de classe que haviam virado carcereiros. A experiência foi descrita no conto "Carta de dança". Segundo a versão descrita no conto, ele não foi nem torturado nem morto, como ele esperava:
(...) nas horas mortas eu podia ouvir eles torturando outros; eu não podia dormir, e não havia nada para ler exceto uma revista em inglês que alguém havia deixado para trás. O único artigo interessante nela era sobre uma casa que havia pertencido a Dylan Thomas...Eu sai daquele buraco graças a um par de detetives que haviam estudado comigo no colegial, em Los Angeles[4].
O episódio também é contado do ponto de vista dos colegas de Bolaño, na história "Detetives". Durante a maior parte de sua juventude Bolaño residiu no México DF, lugar capital na sua formação intelectual e em 1977 parte para a Europa. Inicialmente o seu destino seria a Suécia, mas a doença da mãe faz prolongar a sua estadia em Barcelona. Da cidade Condal muda-se no início dos anos 80 para Girona, e em 1985 para Blanes, onde passará o resto da vida.[3].
Da sua juventude no México, ficou imortalizado, através do seu romance Os Detectives Selvagens, o pequeno movimento do Infrarrealismo, fundado por Bolaño e Mario Santiago. De inspiração surrealista, o seu manifesto pretendia ser uma tomada de posição contra a narrativa institucionalizada do realismo mágico.
Seja pelas suas personagens, seja por algumas interpretações que se fizeram da sua obra, criou-se o mito de que Roberto Bolaño sempre sonhou ser poeta mas que terminou como romancista. O próprio Jorge Herralde, editor da Anagrama, alimentou o mito num texto lido no funeral de Bolaño e mais tarde publicado num livro dedicado ao autor Para Roberto Bolaño (Barcelona: El Acantillado, 2005). O espólio do autor, exposto numa exposição em 2004, e do qual resulta o excelente catálogo Archivo Bolaño, revela que desde os anos 80 Bolaño tinha escrito vários contos e pequenas novelas que mais tarde foram reaproveitados para novos livros ou parte deles. Outro episódio emblemático que rompe com este mito, conta-o Jaime Quezada, no seu livro Bolaño antes de Bolaño, ao recordar a noite em que o jovem Roberto Bolaño queimou numa enorme fogueira todas as peças de teatro que tinha escrito. Da obra publicada, sabemos que pelo menos Monsieur Pain (publicada nos anos 80 com o nome La senda de los Elefantes), Consejos de un discípulo de Morrison a un fanático de Joyce, escrita a 4 mãos com A. G. Porta, El espíritu de la ciencia ficcion, Amberes e Sepulcros de Vaqueros datam da década de 80...
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