sábado, 28 de agosto de 2021

Domingo na Usina: Biografias: António Agostinho Neto:

 


António Agostinho Neto (Ícolo e Bengo, 17 de setembro de 1922 — Moscovo, 10 de setembro de 1979) foi um médico, escritor e político angolano, principal figura do país no século XX.
Foi Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola e em 1975 tornou-se o primeiro Presidente de Angola até 1979. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz.
Fez parte da geração de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel decisivo na independência dos seus países naquela que ficou designada como a Guerra Colonial Portuguesa. Foi preso pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), a polícia política do regime Salazarista então vigente em Portugal, e deportado para o Tarrafal, uma prisão política em Cabo Verde, sendo-lhe depois fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio. Aí assumiu a direcção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do qual já era presidente honorário desde 1962. Em paralelo, desenvolveu uma actividade literária, escrevendo nomeadamente poemas.
No dia 17 de Setembro, Angola celebra o Dia do Herói Nacional, comemorando o dia que Agostinho Neto nasceu.[3][4]
Nasceu a 17 de setembro de 1922 em Caxicane, freguesia de São José, concelho de Ícolo e Bengo,[5] filho de Agostinho Pedro Neto, catequista de missão metodista americana em Luanda (sendo mais tarde pastor e professor nos Dembos) e de Maria da Silva Neto, professora.[6]
Estudos e formação política
Ao seus pais mudarem-se para Luanda obtém, em 10 de junho de 1934, o certificado da escola primária, e; em 1937 inicia seus estudos secundários no Liceu Salvador Correia, concluindo os mesmos em 1944.[6]
Após concluir o liceu, foi contratado pelos serviços administrativos da África Ocidental Portuguesa para servir como funcionário dos serviços de saúde, neste tempo ampliando sua visão do problema colonial.[6]
Deixa Angola e embarca para Portugal, a fim de frequentar a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Em Coimbra torna-se um dos fundadores da secção Casa dos Estudantes do Império (CEI). Na CEI funda a revista Movimento, em colaboração com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque, e o grupo "Vamos Descobrir Angola", que deu origem ao "Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola".[6]
Em 1948 ganha uma bolsa de estudos pelos metodistas americanos, transferindo sua matrícula para a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, continuando sua atividade no seio da CEI.[6]
Em 1948 foi preso pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), em Lisboa, quando recolhia assinaturas para a Conferência Mundial da Paz ficando encarcerado durante três meses. Ao ser solto, Agostinho Neto, em parceria com Amílcar Cabral, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro fundam, clandestinamente o Centro de Estudos Africanos (a instituição viria a ser fechada pela PIDE em 1951).[6]
Em 1951 é eleito representante da Juventude das Colônias Portuguesas (JCP) junto ao Movimento de Unidade Democrática - Juvenil (MUD-J), grupo fortemente ligado ao Partido Comunista Português (PCP). As atividades no JCP rendem-lhe uma nova prisão pela PIDE, em Lisboa, em 1951. Em 1955 Foi novamente preso por suas atividades políticas no JCP e no MUD-J em 1955, sendo condenado a 18 meses de encarceramento. Esta última mobilizou muitos intelectuais em seu apoio, que fizeram uma petição internacional a pedir a sua libertação, entre eles Simone de Beauvoir, François Mauriac, Jean-Paul Sartre e o poeta cubano Nicolás Guillén.[6]
Ainda estava encarcerado quando, em 10 de dezembro de 1956, funda-se o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)[6], a partir da fusão principalmente dos grupos nacionalistas Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola e Partido Comunista Angolano, além de outros grupos menores.[7]
Libertado em julho de 1957, dedicou-se em finalizar seus estudos, licenciando-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em 27 de outubro de 1958.[5]
Luta anticolonial
Em 1959 integra-se ao Movimento Anticolonial (MAC),[6] embora que desde que liberto, em 1957, já tomava parte de suas atividades sem filiação formal, para evitar ser novamente preso.[carece de fontes]
Em 22 de dezembro de 1959, juntamente com a família, ruma para Luanda, onde abre um consultório médico, passando a organizar as atividades políticas do MPLA, ainda pouco efetivo. Assume a liderança do movimento neste mesmo ano.[6]
Em 8 de junho de 1960 é preso em Luanda, gerando grandes manifestações de solidariedade diante do seu consultório médico. Operações policiais são levadas a cabo contra seus apoiantes e a aldeia onde nasceu é invadida pelas forças oficiais.[6]
É levado para a cadeia do Algarve em Portugal, sendo pouco depois deportado para o arquipélago de Cabo Verde, ficando instalado na prisão de Ponta do Sol, ilha de Santo Antão; finalmente é transferido para o Campo do Tarrafal, onde fica até outubro de 1962. É na prisão que escreve alguns de seus principais poemas,[8] Mal havia sido solto é posto novamente em prisão, sendo transferido para as prisões do Aljube, em Lisboa. A forte repercussão internacional por sua prisão leva vários periódicos e intelectuais a fazer campanha contra Portugal, escancarando a Guerra Colonial Portuguesa, que havia iniciado, em Angola, em 4 de fevereiro de 1961. É liberto da prisão em março de 1963.....
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