quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana:

 



Noturno I

O corpo adormeceu no leito. A alma baixou às cavernas. 
Da alta lucerna, o espírito vidente e astrólogo, espreita.
E a alma descobria estrelas do mar, velhas escadas, 
caracóis de cabelos, coisas estranhas no tempo 
perdidas e tantas - que pareciam, elas,
naufrágios de mil e uma vidas...
Porém o corpo
antes que o Dia o recomponha



na sua Humana e Divina Trindade. o corpo - que não vigia e não sonha curte a sua animalidade!

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