quarta-feira, 20 de abril de 2022

Poesia de Quinta na Usina; Cruz Sousa:



HARPAS ETERNAS

Hordas de Anjos titânicos e altivos, Serenos, colossais, 
flamipotentes, De grandes asas vívidas, frementes, 
De formas e de aspectos expressivos.
Passam, nos sóis da Glória redivivos, 
Vibrando as de ouro e de Marfim dolentes, 
Finas harpas celestes, refulgentes,
Da luz nos altos resplendores vivos.
E as harpas enchem todo o imenso espaço 
De um cântico pagão, lascivo, lasso, Original, 
pecaminoso e brando...
E fica no ar, eterna, perpetuada 
A lânguida harmonia delicada
Das harpas, todo o espaço avassalando.

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