quarta-feira, 20 de abril de 2022

Poesia de quinta na Usina: Cruz Souza:



DOCE ABISMO

Coração, coração! a suavidade, Toda a doçura do teu nome santo
É como um cálix de falerno e pranto, De sangue, de luar e de saudade.
Como um beijo de mágoa e de ansiedade, 
Como um terno crepúsculo d’encanto, 
Como uma sombra de celeste manto, Um soluço subindo à Eternidade.
Como um sudário de Jesus magoado, Lividamente morto, desolado,
Nas auréolas das flores da amargura.
Coração, coração! onda chorosa, Sinfonia gemente, 
dolorosa, Acerba e melancólica doçura.

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