Relembrando...
Reconstruindo
A manhã vestiu-se de incertezas
e salgadas são as gotas de orvalho, que
encharcam velhos assoalhos
destruindo a rotina de caçadores
ingênuos de madrugadas e néctares alegres.
Começa a luta titânica
entre a memória e o esquecimento,
enquanto a solidão, entronizada,
decidirá no certo momento de
reconstrução...
O que deve perdurar, o que deve
sobreviver dentro do coração.
Golpe a golpe,
ressoam as paredes do antigo campo de
batalha situado nesta alma,
aumentando as fissuras a cada suspiro
escondido e os olhares perdidos para o céu nublado.
Porque necessária é a morte de tudo o
que foi vivido.
Que das cinzas de uma vida se forme o
barro, para moldar uma nova vida para dançar outra melodia ...
aquela que ressoa ao ritmo da caixa de
Pandora daquilo que pensam, e o que esconde-se na entrelinhas do tempo.
Hoje eu sinto o embargo das palavras
atravessadas na garganta, palavras mortas-vivas querendo ganhar vida, trazendo
à existência o ardor que retirou-se...
Eu sou o grito que tine, gosto de
lembrar que fui moldada pelo que eclodiu de dentro, não pelo caos externo de
tantas bocas cheias de suas falsas convicções.
Sigo as rédeas do meu eu, livre!
caminho sobre a névoa que oprime os
sentidos, mulher... senhora das minhas vontades, forjada neste fogo chamado
liberdade.
Andreia O. Marques
Maria Mística
Cód do texto: T7246700
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