Prazer encarnado
Hoje a poesia não
veio acalentar meus devaneios, os versos que componho estão inquietos, fora do
eixo roubam o pouco de paz que tanto preciso.
Sinto a ausência das
noites furtivas, das labaredas que aqueciam minha cama fria.
Estou exausta de
procurar nos versos o que o corpo anseia,
... de gozar linhas
solitárias tentando calar meus gemidos pelas madrugadas.
A poesia já não
apraz nessas noites vazias em que tudo que mais quero é um encontro fugaz,
apenas o prazer do corpo o prazer encarnado e nada mais.
Neste momento o que
a carne almeja, são as roupas espalhadas pelo chão, misturados com escritos
tortos deixados ao acaso, corpos suados latejando tesão, o prazer palpável
desfazendo os desejos imaginados que tem me embriagado de ilusões.
Não quero adentrar
as madrugadas na vã esperança de preencher-me de meras palavras, estou cansada
do sentir solitário, de estremecer, desfalecer e amanhecer sozinha, quero o
prazer das noites vadias, sem compromissos, nem flores, não mais aceito que a
inspiração e o gozo morram de fome dentro de mim sem ter onde ou a quem fluir.
Hoje não quero
tentar calar meu instinto, demandando com o prazer escrito, dos versos embevecidos
que teço, quero a sorte do meretrício, dos versos sentidos,
e de corpos
preenchidos.
Andreia O. Marques
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Cód do texto: T7271846
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