Decorador machucado
Agendei
para ti, um atendimento.
Atendimento
esse, diferente dos demais.
Se
me pediu, então me dispus a resolver o seu enigmático problema.
Pedi
para que deitasse, deitastes.
Pedi
para que ficasse imóvel, ficastes.
E,
e comecei a te examinar.
Expliquei
em detalhes tudo que estava se passando contigo...
Semelhante
aos outros, jamais.
Pelo
jeito que me pedistes, entendi...
Entendi
onde eu estava entrando.
Em
teu mundo complicado entrei e o descompliquei porque me autorizastes a entrar
para descomplicar.
Em
teu mundo enjaulado, me libertei para te libertar.
Com
os olhos da luz, eu vi um nó embaralhado confuso de se desembaralhar.
Direto
ao ponto, deixei as emoções de lado e fui bater em sua carência e vi nela, a
fome, a sede e a solidão.
Fome
de se sentir mulher, objeto do amor de um só homem.
As
evidências, comprovaram.
Enderecei
ao seu corpo, o primeiro toque.
Enfeitei
os seus lindos lábios, com os lábios meus.
Decorei
sua pele, com um bronze natural.
Difícil,
foi chegar na parte mais cobiçada por mim, a tua alma e com paciência, cheguei.
Tudo
que havia em ti, arranquei para aplicar novas ornamentações.
Coerente
em tudo que eu estava fazendo, aos pouquinhos, fui te lendo.
Os
arranjos que eu usei, enfeitaram a cena e por isso, escrevi esse poema.
Satisfeita
e com coração cheio de ingratidão, levantastes e fostes embora e nem um adeus,
meu deu.
Foi
tão rápido quê, parecia um vulto que passou diante dos meus olhos e num repente
você, desapareceu.
Ricardo
Melo
O
Poeta que Voa
Direitos
reservados
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