Ainda
lembro-me do meu tempo de menino nos velhos moinhos do meu sertão.
Onde
nos faltava água alimento e chão.
Enquanto
nos velhos palacetes sempre tinha um grande banquete.
E como nas velhas senzalas, nós também não tínhamos fala e muito menos razão, e os nosso filhos pequenos também nem tinha leite nem pão.
E como nas velhas senzalas, nós também não tínhamos fala e muito menos razão, e os nosso filhos pequenos também nem tinha leite nem pão.
E
o bom vigário a proclamar em seus longos sermões nos dizendo que éramos os
escolhidos
Para
povoar o reino do senhor, este nobre criador fiel e justo com a sua criação.
Mas
enquanto ele mesmo o representante do
senhor se esbaldava nas mesas dos doutores.
Enquanto
isso nos rios da corrupção que cortava todo sertão, a água só caia no terreno
do patrão. E assim muitas décadas se passaram, e agora rouba branco preto
mulato pardo e índio, pois todos se acostumaram a se da bem nas costas dos
irmãos que passam fome e que muitas vezes nem tem nome. E quando aqui famintos
nos falta.
Eles
desembarcam estrangeiros pois a fome está no mundo inteiro todos loucos por um
pouco de dinheiro. O metal que joga todos no mesmo terreiro, pois hoje em dia
tanto faz, Catedral, Salão, Templo ou terreiro, só entra por lá quem poder
deixar um pouco de dinheiro.
Enquanto
lá no andar de cima todos festejam o milagre do senhor.
Aqui
nos porões das senzalas modernas, que todos fazem questão que sejam chamadas de
comunidades, e não de favela, ficamos a espera destes bons corações e senhores alheios a nossa existencia ou pela complacencia dos eleitos que no traga o tão esperado chão e pão.
Enquanto issso, vamos todos se engalfinhando tentando pegar carona no elevador
para o andar de cima. E nesta guerra declarada os mais desesperados tentam
subir pela escada.
Mas
lá em cima só vai quem é sorteado. E assim essas almas escolhidas alimentam os
desejos daqueles que ficaram para trás,
a esperança de que o generoso Deus tão proclamado.
Da
próxima vez olhe pro lado, e ai.
Bem
ai, talvez seja escolhido pra descansar no reino dos Céus, lugar este que eu
não faço a menor questão de conhecer, pois depois de morrer a míngua nas mãos
dos meus próprios irmãos que o senhor criou, eu não quero mimos nem agrado.
Mesmo
assim muito obrigado, por me deixar aqui sempre com alguém ao meu lado.
Bem, não prometo ficar calado, pois bens sabes que sempre te direi obrigado, mais nunca vou aceitar cabresto deste mal intencionados.
D'Araújo.
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