Poeta
português, natural de Sines. Al Berto frequentou diversos cursos de artes
plásticas, em Portugal e em Bruxelas, onde se exilou em 1967. A partir de 1971
dedicou-se exclusivamente à literatura. Estreou-se com o título À Procura do
Vento no Jardim de Agosto (1977). A sua poesia retomou, de algum modo, a
herança surrealista, fundindo o real e o imaginário. Está presente,
frequentemente, uma particular atenção ao quotidiano como lugar de objectos e
de pessoas, de passagem e de permanência, de ligação entre um tempo histórico e
um tempo individual. Por vezes, os seus textos apresentam um carácter
fragmentário, numa ambiguidade entre a poesia e a prosa (Lunário, 1988; e O
Anjo Mudo, 1993). A sua obra poética engloba Trabalhos do Olhar (1982),
Salsugem (1984), O Medo/Trabalho Poético, 1976-1986 (prémio de poesia de 1987
do Pen Club), O Livro dos Regressos (1989), A Secreta Vida das Imagens (1991),
Luminoso Afogado (1995) e Horto de Incêndio (1997). Deixou incompletos textos
para uma ópera, para um livro de fotografia sobre Portugal e uma «falsa
autobiografia», como o próprio autor a intitulava
Al
Berto nasceu a 11 de janeiro de 1948 em Coimbra, Portugal. Seu nome de batismo
era Alberto Raposo Pidwell Tavares. Estudou em Lisboa, primeiramente, e mais
tarde viajou a Bruxelas para estudar pintura. Voltou a Portugal na década de
70, onde passou a dedicar-se exclusivamente à escrita. Publicou vários livros
de poesia, como Meu Fruto de Morder, Todas as Horas (1980), Salsugem (1984) e
Horto de Incêndio (1997), mas foi a coletânea O Medo, com poemas escritos entre
1974 e 1986, editada pela primeira vez em 1987, que trouxe o reconhecimento da
importância de Al Berto no panorama da poesia portuguesa contemporânea,
tornando-se o livro mais conhecido do poeta português, ao qual seriam
adicionados em posteriores edições novos escritos do autor, mesmo após a sua
morte. Al Berto tornou-se um dos poetas mais conhecidos do Portugal
pós-Salazar, por fazer de “Al Berto” uma criação poética em que a vida e a obra
se entrelaçavam. Atualmente, sua obra é editada pela prestigiosa Assírio &
Alvim. Al Berto morreu em 1997.
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Ricardo Domeneck
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