domingo, 22 de setembro de 2019

Domingo Na Usina:Biografias: Alberto de Lacerda:


Poeta e jornalista moçambicano nascido 20 de setembro de 1928, em Lorenço Marques (atual Maputo), e falecido a 26 de agosto de 2007, em Londres. Viveu em África até 1946 e veio para Portugal com 18 anos. Depois de viver em Lisboa durante cinco anos, partiu para Londres em 1951, dividindo a sua residência entre Inglaterra e os Estados Unidos. Foi em Londres que escreveu grande parte da sua obra e foi editor literário. A sua primeira obra, Itinerário, data de 1941 e foi publicada em Lourenço Marques, atualmente Maputo.
Colaborou em várias publicações periódicas, como Cadernos de Poesia, Cadernos do Meio-Dia, Unicórnio ou Colóquio Letras. Secretário de redação da revista Távola Redonda (1950-54), nascida do convívio de Alberto Lacerda com um grupo de jovens poetas, entre os quais António Manuel Couto Viana, David Mourão-Ferreira, Luís de Macedo, e que, desde o final do ano de 1949, unidos pela comunhão de ideais estéticos, apostaram numa poesia orientada para a "revalorização do lirismo", exigindo ao poeta "autenticidade e um mínimo de consciência técnica, a criação em liberdade e, também, a diligência e capacidade de admirar, criticamente, os grandes poetas portugueses de gerações anteriores a 1950. Sem reservas ideológicas ou preconceitos de ordem estética" (VIANA, António Manuel Couto - "Breve Historial" in As Folhas Poesia Távola Redonda, Boletim Cultural da F. C. G., VI série, n.o 11, outubro de 1988), abandonou a publicação a partir do oitavo fascículo, manifestando a sua dissensão com a direção da revista. Em 1951, faz a sua estreia em volume, publicando Poemas, na segunda série dos Cadernos de Poesia, uma série de composições que viriam a integrar o conjunto mais amplo de 77 Poemas, editados já em Londres e em edição bilingue.
Na sua poesia o valor simbólico dos quatro elementos - ar, água, fogo e terra - adquirem uma outra dimensão; no dizer do próprio autor "A água/ Meu primeiro elemento/ O Fogo/ Mais tarde/ A luz/ A luz é agora/ Meu elemento lento/ Para sempre". Para além disso, a sua poesia evoca regularmente os locais que Lacerda visitou e amou, como Veneza, Austin, Chelsea ou Rio de Janeiro.

A poesia de Alberto de Lacerda inscrita nos anos 50 releva, segundo Fernando J. B. Martinho, "uma poética da intensidade e da densidade colocada ao serviço de uma "experiência do sublime" que frequentemente tematiza a trágica ambivalência, humana e divina, da condição humana. Vindo a fundar em Londres, em 1973, uma revista internacional de poesia, Alberto de Lacerda foi, além de poeta, autor de notas preliminares à obra de outros poetas, tendo, por exemplo, prefaciado os Poemas Escolhidos de Rui Cinatti, em 1951. Com a publicação de Oferenda 1 e 2, encetou a edição da sua obra poética completa.

fonte de origem:

Nenhum comentário:

Postar um comentário