quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Machado de Assis: Potira I:


 
Moça cristã das solidões antigas, Em que áurea folha reviveu teu nome? 
Nem o eco das matas seculares, Nem a voz das sonoras cachoeiras, 
O transmitiu aos séculos futuros. 
Assim da tarde estiva às auras frouxas Tênue fumo do colmo no ar se perde; 
Nem de outra sorte em moribundos lábios A humana voz expira. 
O horror e o sangue Da miseranda cena em que, 
de envolta Co’os longos, magoadíssimos suspiros, 
Cristã Lucrécia, abriu tua alma o vôo Para subir às regiões celestes, 
Mal deixada memória aos homens lembra. Isso apenas; não mais; 
teu nome obscuro, Nem tua campa o brasileiro os sabe. 

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