Mãos de finada, aquelas mãos de neve,
De tons marfíneos, de ossatura rica,
Pairando
no ar, num gesto brando e leve,
Que
parece ordenar, mas que suplica.
Erguem-se
ao longe como se as eleve
Alguém
que ante os altares sacrifica:
Mãos
que consagram, mãos que partem breve,
Mas
cuja sombra nos meus olhos fica...
Mãos
de esperança para as almas loucas,
Brumosas
mãos que vêm brancas, distantes,
Fechar
ao mesmo tempo tantas bocas...
Sinto-as
agora, ao luar, descendo juntas,
Grandes,
magoadas, pálidas, tateantes,
Cerrando
os olhos das visões defuntas...
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