quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: PRIMEIRAS TROVAS BURLESCAS:



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N'aquellas quentes areias

N'aquella terra de fogo,

Onde livre de cadeias

Eu corria em desafogo...

Lá nos confins do horisonte...

Lá nas planícies... nos montes..

Lá nas alturas do céo....

De sobre a matta florida

Esta minh'aíma perdida

Não veio—só parti eu.

A liberdade que eu tive

Por escravo não perdi-a;

Minh'alma que lá só vive

Tornou-me a face sombria,

O zunir do fero açoite

Por estas sombras da noite

Não chega, não, aos palmares!

Lá tenho terras e flores....

Minha mãi os meus amores....

Nuvens e céus.... os meus lares!

Não perdi-a—que é mentira

Qu'eu viva aqui onde estou;

A' toda hora suspira

Meu coração—p'ra lá vou!

Oiço as feras da floresta.

***

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