...
fujiste e te escondeste atrás de um silêncio castrador.
Inventando
todas as melodias num acorde em Do maior, as teclas do piano onde repousas a
tua mão e o som sai como o vento que sopra aos meus ouvidos, num gemido mais
latente de quem está no tempo ausente
A
porta range por estar fechada à tanto tempo esperando a noite passar e o dia
clarear sem nostalgia
É
Outono, apenas mais um em que as folhas
caem e as árvores se despem sem pudor, o mesmo que os corpos que se amaram ja
fizeram.
Livres
de olhares tão indescretos mas discretos no sentir de nós apenas
Ouço
a música, oh! A mesma que cantamos numa só voz, abrindo a janela do carro e
sorrindo um para outro
São
doces as memórias de quem ama.
Fecho
o livro, viro a página e a história vai a meio, como por receio não ouso
adivinhar sequer o fim.
Dou
por mim a desalinhar os teus cabelos, que tu gostas ou será que não?...
Anabela
Fernandes
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