Viveria
cem anos contigo, meu bem
Somente
para compreender-te melhor
Saber
dos verdadeiros motivos porque me traíste ao invés de me amar
Deixando
de lado tudo que pensei construído e vi desabar
Saber
que quando voltou para casa, me abraçou, beijou minha boca e me chamou de seu
amor
Tomou
um banho demorado, brincou com os meninos, viu o jornal e jantou
Perguntou-me
do trabalho, a que horas eu havia chegado
Disse
que pela manhã iríamos à praia, se eu concordava
Aninhou-se
em meus braços e simplesmente dormiu
Talvez...
se aquela marca estranha não estivesse na sua pele
Escondida
de seus olhos sagazes e falsos, mas visível aos que a observassem
Eu
jamais viesse efetivamente, a saber,
E
finalmente no seu telefone as mensagens
Muito
pior ainda a mentira: eu juro jamais te traí
Porque
não dizer a verdade, tentar explicar as causas prováveis
Talvez
eu viesse a entender
É...
mas a casa caiu
Mil
vezes procurei outros braços, te odiei mesmo ficando ao teu lado
Nossos
filhos foram ficando mais velhos e depois partiram
Às
vezes, outros me veem sorrindo, sou boa atriz
Veja
agora onde estamos... o seu prazer foi pequeno
Se
comparado aos cem anos em que eu pretendo
Viver
contigo só para fazê-lo infeliz.
Paulo
Bocks (da série Poesias d'Bocks)
Imagem
Ilustrativa: Internet
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