domingo, 25 de julho de 2021

Crônicas de Segunda na Usina: Auridan Dantas: CRÔNICA DO COTIDIANO – O CARRO QUE EU LEVAVA PARA PASSEAR:



Na terra do sol, das praias e das dunas é muito bom andar de buggy. Tem muita gente que possui buggy e usufrui bastante. 
Acho que a única pessoa que o buggy não o levava para passear, e sim, ele é que levava o buggy para passear, era eu. Não fui o dono do buggy. Ele é que foi meu superior. 
Mesmo assim, tentei deixá-lo de primeira. Tinha até cinto de segurança. Mas faltava pneu de step, buzina e outros apetrechos. 
O danado do buggy tinha vontade. Só andava quando queria. Fincava pé, que nem jumento em beira de estrada. Eu nunca sabia se ele queria andar comigo. Era de veneta. Tinha dia que nem no empurrão ele queria pegar. 
Para se ter uma ideia da “prejura”, quando eu ia deixar minha filha na escola, ela pedia para eu não parar na frente da escola (tinha vergonha dele estancar e ter que empurrar o bicho). 
Não tinha marcador de nada. O nível da gasolina era verificado com um pedaço de cabo de vassoura. Os faróis esta- vam sempre brigados. Nunca vi os dois acesos de uma só vez. 
Sinaleira? Nem pensar. Se eu não acenasse com o bra- ço que ia entrar para um dos lados, tinha levado muita porrada. 
Teve uma vez que um mecânico foi mexer no motor do sacana do buggy, e depois de um tempo catucando, olhou pra mim e disse: você ainda tem coragem de gastar dinheiro nesse projeto de carro? 
Vendi no mesmo dia. Consegui achar outro abestalhado.

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