Chega um senhor entre 68 e 70 anos atrás de camisinhas. Ele nunca tinha visto ou usado. Matutão, sisudo e constrangido para me abordar.
Ossos do ofício, ele me pediu que o ensinasse, verme- lho. Mais constrangida ainda, pego um “recreador” de madeira e faço a demonstração (coisa que não gosto de fazer, mas, enfim, faz parte). Informei que ele poderia pegar mensalmente
10 unidades.
Mês seguinte, ele não compareceu, e achei que ele nem tivesse usado tudo.
No outro mês, ele veio pegar e foi se justificando: não vim mês passado, porque não precisei. Eu disse: tá ok. Aí ele elogiou a qualidade do produto, a resistência ao uso e as lavagens.
Lavagens? Digo eu, e ele me diz: quando termino de usar, eu lavo e estendo num varal à sombra, dentro de casa, pois sei que o sol acabaria a borracha.
Eu expliquei que era descartável, que usou joga fora, que temos suficiente para isso. Ele olha pra mim e diz: achei a senhora muito distinta, mas não dá valor às coisas, só por- que são públicas, me mandando jogar fora, e ainda dava pra aproveitar.
Levantou-se e me disse: por isso o estado não vai pra frente, porque os próprios funcionários “estroem” material.
Pode???
Nenhum comentário:
Postar um comentário