terça-feira, 17 de novembro de 2020

Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Paula Oliveira:

 


Nos braços de alguém

Aprendi a chorar

Por dentro endurecer

Por fora esperar

Sem desesperar

O amanhecer

Desse viver

Nos braços de alguém

Descobri como ser sem ser

Para satisfazer

A escuridão

Daquele prazer

Nos braços de alguém

Fiquei a saber

Semente germinada

Não é aprisionada

Como germinou

Logo secou

Nos braços de alguém

Me senti crua

Quando nua

Quão fácil é ficar dura

Jurar a sua entrega

Sem depender dela

Ilusão de um desalmado

Pretensioso descarado

Acreditar no seu  poder

Por sentir crescer

E nada valer

Nos braços de alguém

Não sentir pudor

Por querer

O momento exterior

Que me aquece o interior

Nos braços de alguém

Desejei arder

Mas por seu ego fraquejar

Egoísta

Quiseste apagar

O fogo que em mim ardia

Nos braços de alguém

Dei ilusão

Da conquista

Sem nunca conquistar

Viver no passado

Para fazer sofrer

É viver trancado

Por si mesmo renegado

E nunca perdoado

Não soube amar

Para ser amado

Se um dia alcançado

Será seu momento abençoado

PC_SO

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