Algures entre o céu e
a cabeça
pairam nuvens e
olhares algo anunciado
com pronúncias
desabridas como um temporal.
Nesta evidência da
hora debruada de beijos
jaz uma interdição
que nos contrai a liberdade
e o amor parece
adiado para outro ano obscuro.
Aqui onde me confronto com o espanto
assumo o ideário de
um tempo insano
para desfolhar o
outono numa prece nocturna.
A musica precisa da
natureza expõe
átomos de beleza
escandida o enamoramento
da beleza onde nos
conjugamos com celeridade.
Agora olho as mãos
que te perderam
e procuro na memória
os instantes fotografados
algo que me denuncia
o tempo já envelhecido.
Algures na fronteira
do pensamento nobre
jaz a galáxia onde
nos confrontamos
entre percepções
exaltadas pelos sentidos.
O mundo dorme e não adormece
na prevalência vivida.
Cassandra Alpoim
10/11/2020
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