quarta-feira, 22 de junho de 2022

Poesia de Quinta na Usina; Luís de Camões:

 



011

Tomou-me vossa vista soberana adonde tinha armas mais à mão,
por mostrar que quem busca defensão contra esses belos olhos, que se engana.
Por ficar da vitória mais ufana, deixou-me armar primeiro da Razão; 
cuidei de me salvar, mas foi em vão,
que contra o Céu não val defensa humana.
Mas porém se vos tinha prometido o vosso alto destino esta vitória,
ser-vos tudo bem pouco está sabido.
Que, posto que estivesse apercebido, não levais de vencer-me grande 
glória: maior a levo eu de ser vencido.

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