quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Poesia de Quinta na Usina: Laurindo Ribeiro:

 




RISO E MORTE

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Assim ligado se tem,
Como termo da desgraça
A morte não longe vem.
Quando eu deixar de chorar,
Quando contente me rir,
Não se enganem, desconfiem,
Que não tardo a sucumbir.
Vem, oh! morte, ver meu pranto.
Não receies, podes vir;
Choro nos braços da vida,
Nos teus braços me hei de rir.
Muitas vezes um prazer
Que parece de ventura,
Não é mais que um riso d’alma
Vendo perto a sepultura.
O feliz ri-se da vida
Por ver nela o seu jardim;
O desgraçado, na morte
Por ver da desgraça o fim.

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