quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Poesia de Quinta na Usina: Laurindo Ribeiro:

  


 

Trovador,

o que tens, o que sofres,
Por que choras com tanta aflição?
O teu pranto assaz me compunge,
Trovador, ah! não chores mais não!
Se acaso a mulher que tu amas
Te tratou com acerbo rigor,
Trovador, ah! por isso não chores,
Oh! não creias, por Deus, em amor.
O amor da mulher é a nuvem Quando o vento a impele no ar...
O amor da mulher é volúvel, É tão vário qual onda do mar.
O amor da mulher é um frágil Pequenino, adoidado batel,
Que vagueia sem norte, sem rumo, Té quebrar-se em ignoto parcel.
O amor da mulher é luzerna Numa noite de inverno a luzir;
É estrela do céu entre nuvens Que a furto se vê reluzir.
A mulher tem o dom da beleza Tem maneiras que sabem levar...
Mas no meio de seus atrativos A mulher tem o dom de enganar.
Um exemplo tu tens em Helena Que os muros de Tróia abateu, 
Que infida, deixando o consorte, Para os braços de Páris correu.
A mulher tem feitiço nos olhos E nos lábios veneno letal;
A mulher nos ilude chorando E sorrindo nos crava o punhal.
O amor da mulher, como a rosa Desabrocha, mas logo fenece;


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