quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões:

 



019

Tempo é já que minha confiança se desça de üa falsa opinião;
mas Amor não se rege por razão; não posso perder, logo, a esperança.
A vida, si; que üa áspera mudança não deixa viver tanto um coração. 
E eu na morte tenho a salvação?
Si, mas quem a deseja não a alcança.
Forçado é logo que eu espere e viva. Ah! dura lei de Amor, 
que não consente quietação nüa alma que é cativa!
Se hei de viver, enfim, forçadamente, para que quero a glória fugitiva
de üa esperança vã que me atormente?

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