quarta-feira, 3 de março de 2021

Poesia de Quinta na Usina: Trovas Burlescas:

 


CALABAR.

Oh não vendeu-se, não!— elle era escravo

Do jugo portuguez—quiz a vingança;

Abriu sua alma ás ambiçoens de hum bravo

E em nova escravidão bebeu a esp'rança!

Combateu... pelejou... entre a batalha

Viu essas vidas que no pó se somem;

Enrolou-se da pátria na mortalha,

Ergueu-se—inda era hum homem!

Calabar! Calabar!—foi a mentira

Que a maldição cuspio em tua memória

Amaste a liberdade;—era huma lyra

De loucos sonhos, d'elevada gloria!

Alma adejando h'este Ceo brilhante

—Sonhaste escravo reviver liberto;

Subiste ao largo espaço triumphante*

Voaste—era hum deserto!

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