terça-feira, 13 de julho de 2021

Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Anna Corvo:


 

DIAS DE TORMENTO

Poderão banir estes dias de tormento?

Quando não há percepção alguma de si.

Todo o afeto distribuído não gera o alento

Inspiração execrável, que flagela o existir.

 

Há uma angústia no peito, um monstro mau.

Que rouba o sono devora ávido a poesia.

E quem poderá, em nome do Deus eternal,

Ao umbral trazer alguma paz e alegria?

 

Ninguém!_ A solidão ronda pela madrugada!

Jamais voltarão o olhar ao abismo abstruso.

Não há carícia, não há um toque. Não há nada!

 

E segue gritante a pergunta: Quem há de vir?

E a voz ressoa sabe-se de onde. Se no vento...

Ninguém!!_ na alma um calafrio, um bramir!

 

Anna Corvo

(Direitos autorais reservados) 

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