SEM O TRONO
Noraldino Garbini
Uma reunião em um aconchegante aposento
Um recinto acolhedor uma energia
poderosa
Um instrutor amável em seus
ensinamentos
Onde as duas criaturas em postura
respeitosa.
Ouviam com atenção o que dizia o
instrutor
Anotando em um quadro um painel
iluminado
As coordenadas sugeridas por um ser
superior
O retorno à matéria estava sendo
programado.
Eles teriam que renascer em lugares
diferentes
E ao longo da existência de dor e
sofrimentos
Pela força do destino encontrariam
novamente
Juntos a conquistar o importante
ressarcimento.
As duas criaturas com seus passados
nebuloso
Voltariam em expiação para viver na
pobreza
E sentirão as amarguras do aguilhão
doloroso
A fustigar a soberba de quem viveu na
nobreza.
Um rei e uma rainha que reinaram na
opulência
Mergulhados no luxo em banquetes e em
orgias
Foram omissos aos sofrimentos pela
indigência
Da plebe que em silêncio em seu reino
padecia.
Chegou à vez do olho por olho dente por
dente
A sofrer na pele o que fizeram aos
outros sofrer
E vagarão por esse mundo como dois
indigentes
Quando o encontro programado venha
acontecer.
Aqueles que foram no passado majestade
e realeza
Pelos caminhos do mundo estão juntos
novamente
Cobrindo o corpo físico com andrajos da
pobreza
Cada qual com a sua bagagem seguem
lentamente.
Agora lado a lado sem o cetro o trono
ou a coroa
Prosseguem pela vida cumprindo com
resignação
A lei que castiga, ensina aprimora
também perdoa.
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