quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Ricardo Melo:

 


Por duas horas

Devaneando com os meus delírios,

Alucinações sertanejas vão tomando conta das minhas loucuras..

Decorações estranhas pintam minhas inspirações...

Fazenda vale do Amor!

Verde paraíso.

Rios de águas claras,

Pastagens brilhantes e lindas lavouras.

Ali,

Morava uma cabocla família..

Admirável era aos olhos de toda vizinhança..

Os pais trabalhadores,

E os filhos pegava carona nessa labuta..

Entre os cinco irmãos,

Três homens e duas meninas...

Uma delas,

Dezesseis anos..

Jovem morena da pele jambo maduro.

Morena morrom...

Traços de raça até no sorrir.

Paixão,sedução...

Interiorana daquele sertão...

Roupas humildes no corpo,

Sempre de vestido simbolizado com heranças de família e simplificado com requintes do interior...

Olhos negros como o céu sem luar...

Cabelos lisos como seda aperfeiçoada.

Montado em meu cavalo ,em frente sua casa eu ia passando..

Fim de uma manhã ensolarada,

Ela com vassoura de guanxuma varrendo o terreiro..

Disse com seus lábios

"Olha quem está aqui"...

Chamei a donzela para cavalgar...

Sem demora e com sua resposta quase que silenciosa...

Sorriu-me e foi logo dizendo com sua voz de meiga menina...

-Nobre Boiadeiro Poeta!

Eu aceito seu convite...

Só me prometa em não me fazer me apaixonar mais ja sou por ti...

Desde pequenina eu sonho contigo todas as noites...

Me reservo somente para você para a oportuna hora...

-Leve-me logo daqui ,antes que o papai chegue e nos barra.

-Se ele me vê com você,

-É perigoso até ele fartar,

 Pois sei coração não é tão bom assim...

-Vou na sua garoupa...

-Nem me importo com as roupas que ficarão aqui...

-Casar-me contigo não é um simples desejo...

-É amor puro a prova de munição...

Gravidade,

Demência misturada com emoção.

Devaneios,

A caminho ,uma cachoeira de água cristalina..

Prazeroso passeio...

Ja se passava do meio dia e sol estava tinindo...

Até o potro relinchou querendo tomar água e um banho refrescante...

Lajeado de pedra!

Por de trás daquela queda d'água,

Uma miragem sensual..

Por duas horas,

Fiz daquela donzela...

Uma verdadeira,

Mulher.....

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Autor:Ricardo Melo

O Poeta que Voa.

Imagem/Fonte/Pinterest

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