Centauros correm, setas agitando,
57 Como soíam no viver primeiro.
Descer nos vendo, pára o ardido bando.
57 Como soíam no viver primeiro.
Descer nos vendo, pára o ardido bando.
Três de entre eles então nos demandaram,
60 Os arcos e arremessos preparando.
Os brados de um de longe nos soaram:
— “Vós, que desceis, dizei a pena vossa;
63 De lá falai, ou tiros se disparam!” —
Virgílio respondeu: — “Resposta nossa
Os brados de um de longe nos soaram:
— “Vós, que desceis, dizei a pena vossa;
63 De lá falai, ou tiros se disparam!” —
Virgílio respondeu: — “Resposta nossa
Terá Quiron de perto, sem demora.
66 Sempre te dana a pressa que te apossa”. —
Tocou-me e disse: — “Quem nos fala agora
66 Sempre te dana a pressa que te apossa”. —
Tocou-me e disse: — “Quem nos fala agora
É Nesso, o que morreu por Dejanira;
69 Mas se vingou de quem fatal lhe fora.
“Esse do meio, que o seu peito mira,
69 Mas se vingou de quem fatal lhe fora.
“Esse do meio, que o seu peito mira,
Aio de Aquiles, é Quiron famoso;
72 Esse outro é Folo, sempre aceso em ira”. —
Aos mil em volta ao rio sanguinoso As almas seteavam,
72 Esse outro é Folo, sempre aceso em ira”. —
Aos mil em volta ao rio sanguinoso As almas seteavam,
que excediam,
75 Mais do que é dado, o líquido horroroso.
Àqueles monstros que ágeis se moviam,
75 Mais do que é dado, o líquido horroroso.
Àqueles monstros que ágeis se moviam,
Chegamo-nos. Quiron com seta ajeita
78 Os cabelos, que os lábios lhe encobriam.
Quando desta arte a larga boca afeita, Disse à companha:
78 Os cabelos, que os lábios lhe encobriam.
Quando desta arte a larga boca afeita, Disse à companha:
— “Haveis já reparado
81 Que move aquele tudo, em que os pés deita?
“Nunca assim pés de morto hão caminhado”.
81 Que move aquele tudo, em que os pés deita?
“Nunca assim pés de morto hão caminhado”.
O Guia meu, que junto já lhe estava
84 Do peito, onde era um ser noutro enleado,
— “Vivo está, vem comigo” — lhe tornava
84 Do peito, onde era um ser noutro enleado,
— “Vivo está, vem comigo” — lhe tornava
— “A visitar o val maldito, escuro
87 Para cumprir dever, que lho ordenava.
“Deixando de cantar o hosana puro
87 Para cumprir dever, que lho ordenava.
“Deixando de cantar o hosana puro
Alguém me há cometido o cargo novo.
90 Não é ladrão, nem eu esp'rito impuro:
Em nome do poder, por quem eu movo
Os passos meus em tão medonha estrada,
93 Envia algum, que escolhas no teu povo,
“Por nos mostrar a parte acomodada
Ao vau, e no seu dorso haver transporte
96 Quem não é sombra ao vôo aparelhada”.
Em nome do poder, por quem eu movo
Os passos meus em tão medonha estrada,
93 Envia algum, que escolhas no teu povo,
“Por nos mostrar a parte acomodada
Ao vau, e no seu dorso haver transporte
96 Quem não é sombra ao vôo aparelhada”.
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