quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Cruz Sousa: DORMINDO...:



Pálida, bela, escultural, clorótica Sobre o divã suavíssimo deitada, 
Ela lembrava — a pálpebra cerrada — Uma ilusão esplêndida de ótica.
A peregrina carnação das formas,
— O sensual e límpido contorno, Tinham esse quê de avérnico e de morno, 
Davam a Zola as mais corretas normas!...
Ela dormia como a Vênus casta E a negra coma aveludada e basta 
Lhe resvalava sobre o doce flanco...
Enquanto o luar — pela janela aberta —
— Como uma vaga exclamação — incerta Entrava a flux 
— cascateado — branco!!...


Nenhum comentário:

Postar um comentário