quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana: A MANEIRA DE DIRCEU :


Eis que um dia na mata se banhava Cupido... 
e estava nu, inteiramente, Pois que deixara à margem da corrente 
O arco terrível e a repleta aljava.
Marília que, às ocultas, o espreitava Só aguarda ocasião... 
E, de repente As armas furta sorrateiramente.
Enquanto o deus as costas lhe voltava. Surgem então as fauces escarninhas 
Dos silvanos e sátiros astutos.
Põem-se a vaiar o Amor, sem mais cautelas
- Ah! Temíeis as frechas quando minhas! (E o deus sorri) 
Vereis agora, ó brutos. O que Marília há de fazer com elas! (1942)


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