quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana: Reincidência:



Não, não pude mais com essas cantigas que nos davam um mórbido prazer!
Cansei-me de cantá-las - bom que o diga - para a minha Princesa adormecer...
Me cansei de guardar cartas antigas que só faziam amarelecer...
E as palavras tão doces, tão amigas,
numa bela fogueira as fiz arder.
À sua voz fechei os meus ouvidos. Mas esqueci-me de fechar os olhos... 
E assim, não eram dias decorridos, comecei a servir outros sete anos
e a plantar, entre cardos e entre abrolhos, mais um lindo jardim de desenganos!

 

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