quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana: Soneto póstumo:


- Boa tarde... - Boa tarde! - E a doce amiga E eu, de novo, 
lado a lado vamos! Mas há um não sei quê, que nos intriga:
Parece que um ao outro procuramos... E, 
por piedade ou gratidão, tentamos Representar de novo a história antiga.
Mas vem-me a idéia... nem sei como a diga... 
Que fomos outros que nos encontramos!
Não há remédio: é separar-nos, pois.
E as nossas mãos amigas se estenderam:
- Até breve! - Até breve! - E, com espanto 
Ficamos a pensar nos outros dois.
Aqueles dois que há tanto já morreram... 
E que, um dia, se quiseram tanto!
(junho de 1952)







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