quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Poesia de Quinta na Usina: Trovas Burlescas: — 14 —:



Já nos fulgidos umbraes do Oriente,

Trajando purpura magestoso vinha

Luzeiro ardente, que espandindo os rayos,

Deslumbra os olhos, a razão sucumbe;

E, com furtiva luz, sumidos iam

Notivagas espheras scintillantes.

As brandas auras perfumadas vinham,

De grato aroma que invejara Meca,

Nos tortos ramos assoprar de manso.

Em nuvens brancas lá do céo cahiá

Pranto saudoso que derrama a Aurora,

Que humedece a terra, que floreia os prados.

Volátil bando de ligeiras aves,

Brandindo as azas pelo ar brincavam,

Modulando cançoens, ternas endeixas.

Longe do mundo, das escravas turbas,

Que o ouro compra de avarentos Cresos,

A minh'alma aos delírios se "entregava,

A' sombra de illusoens—de aéreos sonhos !—

Formosa virgem de nevado collo,

De garços olhos, de cabellos louros;

Sangüíneos lábios, elegante*porte,

Mimoso rosto de Erycina bella,

Nenhum comentário:

Postar um comentário