O CONTRABANDO
A Valentim Magalhães IV
Às onze horas, quando os convivas se levantaram da mesa, Geraldo, ébrio de vinho e de volúpia, apoiou-se à cadeira para não cair. Foi para a saleta, e Laura acompanhou-o até um divã, onde se sentaram, ambos, de mãos dadas, ele saboreando um havana, ela fumando, por obrigação, desajeitadamente, outro cigarro dos que fuma o quediva.
O visconde e os doutores desapareceram com as vizinhas respectivas. Só ficaram Geraldo e o Mota, - tão bêbado este, que o Tavares mandou preparar-lhe o quarto de hóspedes. Conchita afetuosa e solícita, ofereceu- se para fazer-lhe companhia durante a noite.
O Tavares aproximou-se de Geraldo, a rir-se:
— Deitaste as manguinhas de fora, hein, meu santarrão? Geraldo limitou-se a sorrir, lançando uma baforada de fumo.
— Olha, eu quis ser gentil para contigo, continuou o Tavares; mandei aparelhar a vitória, para acompanhares a pequena à casa dela... ou à tua...
— À minha, redargüiu Geraldo; ela já me disse que ainda não tem casa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário