quinta-feira, 14 de julho de 2022

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Jorge Jorge:


 

VIAGEM INTERNA

Viagens constantes são feitas

em naves intemporais,

com riscos circunstanciais

em infinitas variantes.

Ficam em portos flutuantes.

Algumas memórias vagas;

outros esperam por pagamentos

em emoções perdidas.

As manadas ganham vidas.

se houver ingressos com elogios.

Eles verificam itinerários.

Inspetores de veias,

deixando passar as mágoas

nos primeiros horários.

Salários acumulam-se

em resquícios esquecidos

por forenses sobrecarregados

na contagem de ossos:

Pagam a risada com esses.

Reais descontinuados.

Você ainda está viajando no seu estagiário.

Armazém de coisas estranhas;

versos contas por varas

como chamas do eterno.

Domas cabras pelos chifres

limitando seu arbítrio

e, na tossedez do frio,

você leva gazelas para pastar

para os prados de ameixas

do seu coração com brio.

Descansa nos pulmões

do furor da nevasca.

e você cava no arenito,

até encontrar ilusões.

Eles usam vermelhos vermelhos.

os restos da sua ousadia;

Os rins vêem o dia

purificando seu encanto;

usam entre sais, choro,

de uma bexiga vazia.

Seu cérebro alguma vez

Partilha a caminhada?

Diga-me, a vida te amarra.

à ausência de um talvez?

Deixe a noz muito livre

Pode desamarrar amores

e, se você regar bem suas flores,

você nunca saberá do pôr do sol:

bebê do seu corpo um copo

sem esperar pelos censores.

© Jorge Jorge

10 de julho de 2022

País: Cuba

Foto tirada da net:

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