quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Poesia de Quinta na Usina; Fagundes Varela:










SONETO

Eu passava na vida errante e vago
Como o nauta perdido em noite escura,
Mas tu te ergueste peregrina e pura
Como o cisne inspirado em manso lago.

Beijava a onda num soluço mago
Das moles plumas a brilhante alvura,
E a voz ungida de eternal doçura
Roçava as nuvens em divino afago.


Vi-te; e nas chamas de fervor profundo
A teus pés afoguei a mocidade
Esquecido de mim, de Deus, do mundo!
Mas ai! cedo fugiste!... da soidade,


Hoje te imploro desse amor tão fundo
Uma idéia, uma queixa, uma saudade!

Nenhum comentário:

Postar um comentário