quinta-feira, 1 de julho de 2021

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Jorge Jorge González:

 


ABORDAGENS

Somos todos diletantes

carregando sabedoria.

O poeta gera crias

nas noites penetrantes.

Salve seus versos cortantes;

aos de amores, perfuma;

os conflitos, sua caneta,

cheia de sangue coalhado,

Tirada com a avançada

das ondas sem espuma.

Quando Escrever me submete

a uma tortura angustiante,

na minha mente fantasiosa

Eu acho que sou firme aríete.

onde a letra se mete

para escapar do seu esquecimento.

Até o cansaço a meço,

Eu procuro a montagem que eu quero.

e, apesar de todos os dias eu morrer,

Sempre revivo no seu ninho.

Quem ainda não sentiu o prazer?

de dormir em uma cama

onde a letra é a dama

e a caneta?, amanhecer

que dá luz ao querer.

Criação é romance

onde se procura o alcance

dos filhos desejados,

com grande paixão fecundados

no limite do transe.

Eu me apego a um amor possível.

quase um orgasmo anunciado,

Aquele que estou animado.

quando o verso me é legível.

Repasso até o impossível.

fluência na mensagem

que me leve até a âncora

no destino final.

Amanhã eu volto para o canal.

a começar outra abordagem.

© Jorge Jorge González

28 de junho de 2021

Pais:Cuba

Foto tirada da net:

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