sábado, 23 de outubro de 2021

Domingo na Usina: Biografias: José Gabriel Lopes da Silva:



José Gabriel Lopes da Silva, conhecido como Gabriel Mariano. Nasceu no dia 18 de Maio de 1928, em Cabo-Verde, Ilha de S. Nicolau, na Vila da Ribeira Brava, também conhecida como Stanxa (Estância).
Gabriel Mariano, desde os tempos de estudante no Liceu Gil Eanes em Mindelo, S. Vicente, Cabo-Verde manteve intensa actividade cultural, escrevendo peças teatrais, como por exemplo Clandestinos no Céu, participou na criação do jornal Restauração, uma revista de oposição estudantil, com Jorge Pedro Barbosa, do Suplemento Cultural com Carlos Alberto Monteiro, que a censura fechou após o primeiro número e do Boletim de Cabo-Verde.
Em 1954 Gabriel Mariano veio estudar para Portugal, Lisboa, na Faculdade de Direito de Lisboa onde se licenciou em Direito. Na cidade de Lisboa viveu em casa de uma tia materna no pitoresco Bairro de Campo de Ourique frequentado, entre outros, o famoso “Café Canas”. Frequentou também a “Casa dos Estudantes do Império”, criada no contexto da política imperial do Estado Novo, cujo chefe de fila era Salazar. Cedo este espaço revelou-se um local de fermentação de uma consciência anticolonial entre os jovens oriundos das colónias a estudar em Lisboa. Gabriel Mariano conviveu com Amílcar Cabral, futuro líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) e Agostinho Neto futuro líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Como consequência destas actividades Gabriel Mariano foi “fichado” pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado).
O seu desejo sempre foi regressar para as Ilhas do Cabo-Verde. No ano de 1961, por sua opção, foi colocado em S. Tomé e Príncipe como Conservador dos Registos por não existir uma vaga em Cabo-Verde. Naquele tempo o Conservador dos Registos substituía o Juiz. Por regra, nas comarcas de Cabo-Verde e S. Tomé o Conservador era também o Juiz. Não eram comarcas apetitosas como Luanda (Angola) ou Lourenço Marques, hoje Maputo (Moçambique). Em 1963 conseguiu ser transferido para Cabo-Verde, Ilha de Santiago, Cidade da Praia onde foi Conservador dos Registos e Juiz.
A sua actividade cultural era considerada subversiva pelo governo fascista de Salazar e em 1965, como forma de castigo, o senhor Ministro do Ultramar, Silva Cunha, desterrou-o para a Ilha de Moçambique, Moçambique. Na sua companhia foram a sua mulher e três filhos pequenos, João, José e Valdemar.

fonte de origem:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel_Mariano

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