terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Andreia O.Marques:


 

Sons calados

Sons calados da alma...

Quando tudo se aquieta, quando o silêncio se torna inquieto, meus Pensamentos começam tomar formas

Ganham forças dantescas...

É assim que te imagino, que te desejo, através do silêncio que paira no ar

Te visito, te desnudo, te preciso.

Minha alma fala, pede, suplica pelo toque seu, sou tomada por inteiro pela ousadia.

Te imagino no meu regaço, aninhado no eu abraço que não pode nem imaginar te deixar se afastar;

No silêncio de sons calados, tudo é palpável, quase posso te tocar, sentir o roçar da pele a me instigar, estendo minhas mãos, gravo na memória cada parte desse corpo que desejo meu...

Explosão de palavras soltas, que fluem com mais força, nesse silêncio de cheiros, gostos, sentimentos

Fecho meus olhos na ânsia de te ver, como um cego a tatear o caminho a percorrer.

Ouço o pulsar do teu coração, ouço sua voz em quase um gemido a chamar-me, sinto seu cheiro inebriante, viril, aconchegante.

Uma mistura de sentidos aguçados, alinhados, que me guiam, me atraem como presa a ser abatida.

É no silêncio, que a vontade torna-se ferrenha, o peito infla, e a boca sussurra, pedindo que meus delírios em pensamentos, que estão a ouvir no silêncio o que o barulho outrora abafa, camufla, deforma...

essa necessidade de contigo estar.

É através do meu silêncio, quando a boca cala, que a alma grita, esperneia, através do pensamento que por instantes eternos, vai muito além te visitar.

Andreia O.Marques

Direitos Autorais Reservados®

13/02/19

Cód do texto: T7183372

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