DIA DA SAUDADE
Não
se senta em mim
a saudade
No
dia da saudade
Somente
Só
mente
Quem
o afirma
Dizem
que é
Dia
da Saudade
Há
saudade
E
saudade
Tenho
saudades
Para
matar
E
morro de saudades
E
uma lágrima
Desliza
no meu rosto pálido
Despenha-se
como um fio
Solitário
no meu rosto esquálido
Para
onde foram as outras gotas?
Essa
coisa de distanciamento
É
a culpada deste meu entristecer
E
molha-me os pés ao andar
Cambaleante
desde o amanhecer
Até
ao desesperado anoitecer
A
saudade mora no meu peito
A
saudade é um triste fado
Estar mal da alma
do português
É
uma guitarra que se enganou
É
uma sinfonia que se finou
Contudo
a saudade
É
um sinal de memória gravada
É
um amor
É
uma amizade
Que
ficou no passado
E
não quis vir comigo
Escolheu
outros caminhos
A
saudade dói e fere e parte
Em
bocados o pobre coração
A
saudade é a vírgula dependurada
Quando
não fui capaz de um ponto final
Quando
não fui capaz de resolver
O
que estava no tempo mais atrás
Que
se foi com o tempo que passou.
Deixou
um vazio
Deixou
um nó na garganta
Não
há modo de voltar
Ditosa
fui
Outrora
E
cai outra lágrima
De
resignação
Um
sorriso amarelo
A
acompanha
Coberto
por uma máscara de verdade
Não
temporária
Não.
Pois não.
Não
é Carnaval.
Mais
uma vez
Nem
vai haver Carnaval.
Nem
palhaços.
As
crianças não sorrirão até a barriga doer
Com
as palhaçadas
Oh!
Saudade!
Nem
quero pensar
Que
saudades do que foi e do que fui
Pior
do que tudo isto
É
ter saudades do que ainda não se viveu
É
ter saudades do que ainda não se sentiu
É
ter saudades do que está para vir
Isso
sim, é que é sofrer
Assim,
é o meu consolo
Pois,
se tenho saudade
Do
que já vivi
Do
que já senti
Já
fui feliz lá atrás
E
tenho esperança
De
ser feliz
Outra
vez
Afinal,
posso matar saudades
Olhando
o passado
Ao
folhear um álbum
De
fotografias
Ao
folhear um caderno
De
memórias
Ao
olhar-me ao espelho
Desde
o meu coração
Teresa
Faria
Foto
Internet
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