quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Fagundes Varela: SONETO:



Desponta a estrela d’alva, a noite morre.

Pulam no mato alígeros cantores,

E doce a brisa no arraial das flores

Lânguidas queixas murmurando corre.

 

Volúvel tribo a solidão percorre

 

Das borboletas de brilhantes cores;

Soluça o arroio; diz a rola amores

Nas verdes balsas donde o orvalho escorre.

 

Tudo é luz e esplendor; tudo se esfuma

 

Às carícias da aurora, ao céu risonho,

Ao flóreo bafo que o sertão perfuma!

 

 

Porém minh’alma triste e sem um sonho

 

Repete olhando o prado, o rio, a espuma:

-   Oh! mundo encantador, tu és medonho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário