quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Augusto Molarinho de Andrade: FALANDO AO VENTO!:

 






Diz-me com sinceridade

Sem receio de seres ouvido

Nem pudor de me ferir

Não me escondas a verdade

Nem me deixes iludido

Pois quero-me prevenir

Tu que o mundo percorres

Numa constante viagem

Conta-me tudo o que viste

Fala alto, não sussurres

Descreve-me a dura imagem

Dos tormentos que assististe

Sei que há vidas em perigo

Temendo o vírus malvado

Que teima em não abalar

Só posso contar contigo

Que entras por todo o lado

Pra me poderes informar

Diz-me se a esperança ‘inda mora

Na alma de outros povos

Ou se o temem ‘inda mais

Se o sabes conta-me agora

Se existem remédios novos

Ou se ‘inda é cedo demais

O vento nada me conta

Passa por mim, indiferente

Como se não me escutasse

Não tomei como uma afronta

Pois vai tocar tanta gente

E temeu que o infectasse

Se por ora o medo impera

É com esperança que se aguarda

A resposta da ciência

Este mal não é quimera

E como o remédio tarda

Há que aguardar com paciência

Pra lá das minhas questões

Queria pedir ao vento

Que espalhasse esta mensagem

Mas perdi as ilusões

Não me ouviu um só momento

E seguiu sua viagem!

‘’Alentejano e Poeta’’

Augusto Molarinho de Andrade

Copyrights-All rights reserved

13 de Setembro de 2020

Nenhum comentário:

Postar um comentário