As
tuas mãos tocam esplendorosamente a noite.
Abrem
as janelas azuis do meu corpo
E
acordam-me com um coágulo de luz fulminante
E
o corpo dança nos palcos da lua
E
ardem violentos de paixão os nossos beijos.
O
corpo roda sobre a auréola quente do leito,
Vela
a constância sublime da febre que nos abrasa,
Dobra
a pronúncia de prazer num instante absoluto,
Num
inseparável percurso de águas primaveris,
A
renda íntima de sombras num labirinto de alegria.
E
verde pulsar do germe de sol
Para
intensificar a fragrância impetuosa deste assombro
Na
inefável eternidade deste amor,
Onde
os sons melodiam luminosos debaixo da pele,
Numa
sincrónica intrusão de suavidade.
As
árvores tocam as suas sombras com paixão,
Permanecem
no reduto dormente da terra
Unidas
na errância do tempo pelo amplexo da folhagem
E
num tronco imanente de seiva e existência.
João Vale Lopes
15-09-2020
Arte de Edward J.
Reed
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