quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo: Qualquer direção:


Nesta paisagem imensa
Vejo caminhos e veredas incertas
Vidas que trafegam sem rumo ou direção
Que vêem sonhos e ilusões
Que rondam uma paisagem do fim.

Vejo ruas desertas de esperanças,
Mas vejo crianças a vagar
E chego a acreditar que tudo possa mudar
Mas as esperanças neste lugar vivem a vagar
Como um papel a voar num céu de neblina.

Então vejo meninas a passar
Nestas veredas de dor
Que nem sonhador pode imaginar
Que se possa chegar a qualquer lugar.
Vejo ruas desertas, casas vazias,

Seres que se guiam em qualquer direção,
Vejo vidas ao chão
Então dói o coração em saber que eu posso fazer
Ou mesmo dizer o que possa saber neste imenso vazio,
Chego a ter calafrio, em saber onde posso chegar.

E então vem a lembrança
E quem sabe esperança, disto um dia mudar.
Vejo caminhos escuros veredas sem rumo

Cidadãos tristonhos
Seres que vagam de um caminho de luz
Ou quem sabe um sonho que lhe faça viver novamente
E nem mesmo se sente

Que essa fraqueza profunda
De pensamentos insanos, mas que são apenas enganos
De um ser vazio, que desiste de viver, mas não sabe dizer
O que sentiu.

Vejo um povo sem meta, sem uma linha reta
Vejo um povo calado, outros desorientados
Vejo vidas vazias sem nenhuma alegria
Gente sem esperança que guarda na lembrança
Uma felicidade tardia.

Talvez um pouco a cada dia,
Vejo mesas vazias e a fome a nos rodear.
Um povo apressado
Sem saber que lado ou qualquer direção.
Um dia todos vão...


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