quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões: Soneto: 012:



Vossos olhos, Senhora, que competem co Sol em fermosura e claridade, enchem os meus de tal suavidade

que em lágrimas, de vê-los, se derretem.

 

Meus sentidos vencidos se sometem assi cegos a tanta majestade;

e da triste prisão, da escuridade, cheios de medo, por fugir remetem.

 

Mas se nisto me vedes por acerto, o áspero desprezo com que olhais

torna a espertar a alma enfraquecida.

 

Ó gentil cura e estranho desconcerto! Que fará o favor que vós não dais, quando o vosso desprezo torna a vida?

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