Vossos olhos, Senhora, que competem co Sol em fermosura e claridade,
enchem os meus de tal suavidade
que em lágrimas, de vê-los, se derretem.
Meus sentidos vencidos se sometem
assi cegos a tanta majestade;
e da triste prisão, da escuridade, cheios
de medo, por fugir remetem.
Mas se nisto me vedes por acerto, o áspero desprezo com que olhais
torna a espertar a alma enfraquecida.
Ó gentil cura e estranho desconcerto! Que
fará o favor que vós não dais, quando o vosso desprezo torna a vida?
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