sábado, 17 de julho de 2021

Domingo na Usina: Biografias: Fausto Reinaga (Colquechaka:

 


Fausto Reinaga (Colquechaka, 27 de março de 1906 − 19 de agosto de 1994) foi um escritor e intelectual indígena boliviano. Sua obra mais importante é La revolución india.
Fauto Reinaga ― que foi batizado com o nome de José Félix Reinaga ― nasceu na aldeia Macha, no distrito Colquechaca do departamento de Potosí, filho de Jenaro Reinaga e de Alejandra Chavarría (tataraneta do líder indígena Tomás Katari). Ambos os seus pais haviam participado do levante de Zárate Willka em 1899. Parte da sua família eram trabalhadores domésticos dos gerentes da empresa mineira norte-americana Patiño Mines. Reinaga aprendeu a ler aos 16 anos.[1]
De quatro irmãos, foi o único sobrevivente, já que suas duas irmãs mais velhas, ainda crianças, foram estupradas e assassinadas por latifundiários brancos e seu irmão mais novo faleceu durante o serviço militar. O conselho de anciãos o enviou para estudar na cidade de Oruro para se preparar para liderar seu povo. De acordo com sua ascendência nobre, lhe deram o nome indígena de Ruphaj Katari. Como escritor, Reinaga escolheu o pseudônimo de Fausto Reinaga para demonstrar sua admiração ao Fausto do escritor alemão Goethe.
Em 1957, o Partido Comunista da Bolívia o enviou para Leipzig (na Alemanha Oriental) a um Congresso de Sindicatos comunistas, e de lá visitou a União Soviética. Depois do seu retorno, esteve em um congresso comunista celebrado em Montevidéu, onde foi detido. Seu livro El sentimiento mesiánico del pueblo russo foi confiscado. Os comunistas não o ajudaram, o que fez a embaixada boliviana em Montevidéu repatriá-lo. Logo entrou em uma crise de consciência, se afastou do Partido Comunista da Bolívia (que nove anos mais tarde também trairia o guerrilheiro argentino-cubano Che Guevara). Viajou para Machu Picchu (sul do Peru), que havia sido capital do império Inca, onde se deu conta do poder de seus antepassados.
Até meados de 1960, Fausto foi um ardente defensor do Marxismo.
Ao regressar da Europa rompi com toda minha tradição intelectual e toda minha produção cholista. Gostaria que nada disso houvesse existido... É outra etapa, outro caminho que encontrei; e tenho outra meta no horizonte. Nas minhas obras de 1940 a 1960 eu buscava a assimilação do índio através da cholaje branco-mestiça. E nas obras que publiquei de 1964 a 1970 buscava a libertação do índio, a prévia destruição da cholaje branco-mestiça... e proponho a revolução índia.
— Fausto Reinaga, La revolución india, 1969 (p. 463).
Reinaga se converteu no pioneiro do indianismo boliviano. No dia 15 de novembro de 1962 fundou o partido PIAK (Partido dos Índios Aymara e Keswas), que mais tarde se chamou PIB (Partido Índio da Bolívia).
Em suas obras posteriores, "La revolución india" (1970), "Tesis india" (1971), "El pensamiento aumático" (1978), "El hombre" (1981), e em sua última obra, "El pensamiento indio" (1991), estabelece a superioridade da filosofia dos indígenas em relação ao pensamento ocidental.
É preciso tirar Cristo e Marx da cabeça do Índio.
— Fausto Reinaga
Inti e PachaMama ― ao contrário do aterrorizador Jeová, respiram e exalam o amor, e fazem do homem um ser alegre, amante do bem e da paz. A filosofia inka tem a missão de enobrecer a vida. A felicidade, o amor e a paz são um prazer social.
— Fausto Reinaga, La revolución india (p. 397), 1969[2]
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