terça-feira, 28 de setembro de 2021

Dante Alighieri: A Divina Comédia: Inferno:


“O trono meu deixei, por que te veja, Fiada em teus discursos eloqüentes,
114 Honra tua e de quem te ouvindo esteja”. —
“Assim falava e os olhos fulgentes Com lágrimas a mim ela volvia,
117 Para apressar-me a vir assaz potentes.
“A ti vim, pois, como ela requeria; Da fera te livrei, que da colina
120 Tão perto já, teus passos impedia.
“Que fazes, pois? Por que, por que domina Tanta fraqueza o peito espavorido?
123 Por que ao valor tua alma não se inclina,
“Quando és pelas três santas protegido, Que na corte do céu por ti se esmeram, 
126 E gozar tanto bem lhe é prometido?” —
Quais flores, que, fechadas, se abateram
Da noite ao frio, e, quando o sol aquece,
129 Erguem-se abertas na hástea, tais como eram,
Tal meu valor renova e fortalece.

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